Influxos
Nem eu era uma das casas dos três porquinhos, nem o meu pai era o Lobo Mau.
Mesmo assim, ele soprou-me.
Chouriço is a spicy portuguese smoked sausage, made with pork meat, pork fat, wine, paprika and salt, stuffed into tripe (natural or artificial) and slowly dried over smoke. It can be served as part of a meal or used as a dildo.
Nem eu era uma das casas dos três porquinhos, nem o meu pai era o Lobo Mau.
O meu pai dizia-me muitas vezes que "Era uma vez", "Era uma vez", mas a verdade é que ele veio cá mais vezes do que isso.
Quero morrer de forma poética.
Se eu tivesse uma empresa de cestaria, o nosso slogan só poderia ser "Vime em cestos de verga".
Sou tão minimalista e poupadinho que até os esses aos quais eu ando quando estou bêbado estão em minúsculas.
Não sei como é que o meu colega de carteira pode considerar-se um gajo musicalmente evoluído quando há mais de uma hora que ele está para ali a ouvir Gorillaz e Arctic Monkeys.
A quantidade de parques de estacionamento na Madeira é inversamente proporcional ao seu número de parques aquáticos.
TapRoot - Promise:
A doença venérea que estive mais perto de apanhar foi diabetes, tal a quantidade de vezes que o meu pai mergulhava a pila em melaço.
Lembro-me de ouvir o meu pai a dizer que gostava muito de um dia ter netos.
De acordo com uma amiga da minha mãe, e ali algures nos meus três anos, um ursinho de peluche era aquela coisa fofa e quentinha à qual eu dormia agarrado todos os dias.
Os meus dias parecem uma autêntica videoteca: há drama, há comédia, há acção, há ficção, há suspense, há terror e, ali naquela zona recôndita que toda a gente finge não ver mas eu insisto em mostrar, há pornografia.
Rapado, o meu escroto parece um autêntico mapa do tesouro.
Pelo Natal de 85, pedi um sempre-em-pé ao meu pai.
O meu pai bateu mais do que uma vez no fundo.
Incrível como já saí da escola há que tempos mas continuo a ter "Não Satisfaz" a muita coisa.
A minha namorada é tão travessa na cama que sinto-me um autêntico canapé sempre que a estou a montar.
Fui a um jantar de etiqueta na segunda.
O meu pai devia adorar buffets.
Ultimamente, ando a comer tanta comida tropical e exótica que já não sei bem se é a minha namorada que cheira bem, se fui eu que me peidei.
Gosto tanto da minha namorada que só me apetece espetar-lhe um garfo na testa e mergulhá-la em fondue de chocolate.
De 21 de Dezembro a 19 de Janeiro tanto se pode ser Capricórnio, como se pode ser o tempo que a minha vizinha de baixo levou a decidir-se pelo aborto.
A semelhança entre um copo de leite e a vagina da minha namorada é que, se as deixar algum tempo expostas ao ar, ambas as coisas me começam a coalhar.
Consigo acabar o Super Mario Bros. 3 em menos de quinze minutos.
És minha.
Dêem-me uma vida amargurada, um erro irreversível, sal para as lágrimas, uma noite escura e umas ruas molhadas da chuva e despidas de gente e eu juro que, em troca, vos dou quatro minutos e nove segundos disto.
Dêem-me uma sandes de LSD e heroína, um bandolim e uma pandeireta e eu juro que, em troca, vos dou três minutos e trinta e oito segundos disto.
Dêem-me um sintetizador e um chuto nos colhões e eu juro que, em troca, vos dou três minutos e vinte e oito segundos disto.
Se sou um menino bem-educado, é apenas porque tanto a minha mãe como o meu pai insistiram que eu aprendesse que não se fala com a boca cheia.
Sou um autêntico guru do campismo, tantas foram as vezes que ajudei o meu pai a armar a tenda.
Acredito que saia mesmo muito à minha mãe, dada a quantidade de vezes que o meu pai me confundiu com ela quando eu estava no duche.
Sempre me senti como que uma espécie de instrumento musical, especialmente quando o meu pai me tocava.
Assim a um primeiro vislumbre, as diferenças mais palpáveis entre mim e o meu avô são a idade, o cabelo branco e os menos quarenta mil litros de Favaios que eu ainda não tenho no bucho.
Acho que o que distingue, acima de tudo, o Carnaval das outras épocas festivas é que esta é a única altura do ano em que vocês podem ver um Zorro ao vosso lado no café a pedir uma tosta mista e uma meia de leite e não acharem isso minimamente bizarro.
Sinto-me como uma daquelas pessoas com uma placazinha ao peito a dizer "Visitante" e de ar visivelmente desconfortável sempre que sou forçado a alinhar em convenções sociais que nada têm a ver comigo.
TapRoot - Be the 1:
A grande diferença entre um gajo masturbar-se com uma revista pornográfica ou masturbar-se com conteúdos de sites porno é que as páginas dos sites porno não começam a colar ao fim de algum uso.
Se eu fosse o Tolstói, tinha antes escrito o "A cara da Rita Guerra e pás".
Uma pomba com um raminho de oliveira no bico não é sinal de paz: é apenas outra forma de temperar o fricassé.
Se não ligo a algumas pessoas em específico, é apenas porque a minha paciência está sem saldo.
Se a cena da rotina de fazer amor sempre com a mesma individualidade me incomodasse, já há muito que eu teria feito um transplante de mão esquerda.
Mais depressa dividirei por zero do que dividirei esta sande de presunto com alguém.
A minha empregada entala tanto a roupa na cama que nunca sei se estou a tapar-me e a preparar-me para dormir, se estou a vestir um lençol e um colchão.
A minha namorada gosta muito de se armar em vaca logo pela manhã, especialmente quando me passa o leite ao pequeno-almoço para eu pôr nos cereais.
Há muitas semelhanças entre aviar-me um banano na fronha e dar uma passa num Português Suave.
O Big Bang mais não foi do que Deus a criar a sua conta no MySpace.
O céu é azul, a relva é verde e as pessoas, as casas, os carros, os pássaros, as ruas e o Sol são roxos.
O Hélder Postiga é tão Hélder Postiga que até os penalties de Moscatel que manda vão à trave.
Acabei de abrir um pacote de batatas fritas e, na minha cabeça, fez-se luz de como resolver o problema com que andava a labutar desde manhã.
Fiz as contas à população mundial e à quantidade de gajos que a minha ex-ex-ex-ex-namorada já comeu depois de mim, e tenho quase a certeza que me deu mais um zero à direita naquela segunda grandeza.
A minha namorada é tão amiga do ambiente que ela recicla sempre que eu lhe passo cartão.
Esta cena é tão do metal que o gajo quando acaba de cantar deve ficar com a boca a saber a ferrugem.
Não sei que raio de necessidade é esta que o ser humano tem de, sempre que se cruza desconfortavelmente com alguém, grunhir uma barbárie que acaba, inevitavelmente, ou por soar mal, ou por deixar no céu da boca um certo sabor a estupidez.
O que sinto neste momento pela minha namorada é inversamente proporcional ao que sinto neste momento por sopa de peixe.
Hoje estou num escritório diferente do já quotidianamente habitual.
Não gosto de gelado de chá verde.
"Eu ia lá" aplica-se tanto ao Japão como à mamalhuda que acabei de ver a fumar à entrada do edifício.
Há uma diferença muito ténue entre a criação de um ambiente romântico ao jantar e o fazer figura de urso ao jantar.
Às vezes, ponho a minha namorada tão húmida que aquilo para lhe chegar ao clitóride só fazendo como os salmões e nadando contra a corrente.
Neste Carnaval, vou-me mascarar de homem-pombo, só para poder cagar em cima do homem-estátua.
O trabalho e a vontade são cenas que me são mutuamente exclusivas: quando estou cheio de uma, não tenho nenhuma da outra.
Tal como o meu vizinho do lado, eu também já fiquei sem pé.
Sou tão mas tão nerd que, até quando quero um broche, faço duplo clique na testa da minha namorada para ela abrir a boca.
Há, aparentemente, mais pessoas do que eu julgava que gostariam de estar no meu lugar.
Se um dia me casar, hei-de insistir até ficar roxo de conter a respiração que esta seja a música a tocar quando estiverem a levar a minha noiva ao altar.
O Adolfo Luxúria Canibal atinge-me como o tipo de pessoa que come bebés, sim, mas de faca e garfo e com um guardanapinho por cima do colo para não sujar as suas Pepe Jeans de carne tenra e mioleira.
Um dia destes, ainda hei-de meter éter assim de soslaio na comida da minha miúda, só para ter o prazer de lhe dizer no final da refeição o que fiz e deleitar-me a vê-la a tentar mandar-me à merda em câmara lenta e a tentar dar-me chapadas sem o mínimo controlo sobre as funções motoras.
Pelo andar da carruagem, mais uns aninhos e já poderei usar os meus tomates como se fossem um mangual.
Não sei definir qual é exactamente a minha orientação sexual.
Ao abrigo da minha polivalência aplicada ao pragmatismo, costumo utilizar as mesinhas de cabeceira não só para guardar os meus peúgos e as minhas ceroilas, como também para atirar ao chão quando a vaca da puta da cabra da pega da minha vizinha de baixo fica a fazer festins até às tantas da madrugada.
Tenho alguns pêlos púbicos que acham que são os maiores.
Sempre que ouço alguém da minha geração a dizer que a nossa geração, quando era mais nova, tinha mais valores do que esta de agora, primeiro lembro-me sempre de quando eu costumava combinar com o pessoal lá da rua irmos para minha casa apalpar a minha prima toda no meu quarto.
Gosto muito de ouvir esta faixa do "Beautiful Garbage", mas não consigo deixar de, nesse meio-tempo, ir confirmando de quando em quando se os meus tomatinhos continuam no sítio.
Só não me sinto muito bem na minha pele quando estou a fazer panquecas e me queimo no fogão.
Nunca mais discuto com a minha namorada numa secção de frutas e legumes: quem acaba a pagar as favas sou sempre eu.
Sexta-feira passada, embebedei-me sozinho a beber Favaios.
Sendo como sou, acho que a única forma de algum dia me apanharem a ver o canal da National Geographic é se puserem uma stripper a caçar uma zebra ou um crocodilo a saltar de surpresa da água para abocanhar a cabeça de um strapon.
Neste Carnaval, vou-me disfarçar de babuíno.
Três e meia.
A minha namorada é uma pessoa tão doce que, para tirar o máximo proveito da coisa, costumo polvilhar-lhe a boca com canela antes de lhe dar uma trincadela nos lábios.