Chouriço

Chouriço is a spicy portuguese smoked sausage, made with pork meat, pork fat, wine, paprika and salt, stuffed into tripe (natural or artificial) and slowly dried over smoke. It can be served as part of a meal or used as a dildo.

segunda-feira, julho 30, 2012

Nós no singular

O sol brilha. O calor aperta. A esplanada fervilha. A mesa escolhe-se. As imperiais pedem-se. Os demais chegam. Eu faço sinal. Ela senta-se. Apresentações fazem-se. Olhares trocam-se. A conversa circunstancia-se. O à-vontade impera. Sorrisos esboçam-se. Química gera-se. Um futuro adivinha-se.

O tempo passa.

Um número pede-se. Mensagens trocam-se. Saídas combinam-se. Um decisivo copo toma-se. Janelas na alma abrem-se. Vontades professam-se. Interesse define-se. A noção perde-se. Horas tardam. Um regresso a casa impossibilita-se. Uma dormida oferece-se. Uma cama partilha-se. Nervos afloram-se. Desejos prevalecem. Um beijo dá-se. Amor faz-se. Um namoro nasce.

O tempo passa.

Rotina aparece. Novidade perde-se. Monotonia instala-se. Cansaço prepondera. Problemas surgem. Tensão aumenta. Discussões estalam. Pazes fazem-se. Um esforço toma-se. Nada se resolve. Problemas repetem-se. Soluções faltam. A postura de casal muda. A felicidade esmorece. O amor perde cor. O afastamento ganha forma. O ciclo recorre. O senso transvia-se. A lógica perverte-se. A razão naufraga. O descontrolo rebenta. O erro comete-se.

O tempo passa.

Dúvida emana. Desconfiança manifesta-se. Haveres vasculham-se. Privacidade viola-se. Segredos descobrem-se. A realidade dói. As mentiras sentem-se na pele. A agonia afoga. A descrença chora-se. A desilusão consome. Os pilares desabam. As pontes queimam-se. O que sobrava apodrece.

O tempo passa.

A porta abre-se. Eu entro. A ausência do teu olhar desdenha-me. O silêncio amarga. A iniciativa toma-se. Nós falamos. Palavras ferem. Verdades dizem-se. Lágrimas correm. A decisão toma-se. O pânico instala-se. O arrependimento corrói. O remorso estropia. Desculpas pedem-se. Desculpas não chegam. Amor não chega. Já nada chega. Esperanças esfumam-se. Sonhos morrem. O coração aperta. O ar encurta-se. As paredes fecham-se. A vida perde o sentido. O fim chega.

O tempo pára.

sexta-feira, julho 27, 2012

Uma tiraha!

O meu mais recente objectivo de vida: engatar uma tipa apenas com recurso a haka.

quarta-feira, julho 25, 2012

Programas

Uma stripper com um filho varão é daquelas cenas que tem "incesto" escrito na testa.

Amnésias

Acho que a pasta branqueadora que uso para lavar os dentes está-me a chegar ao cérebro.

Tudo se orquestra, nada se emudece

segunda-feira, julho 23, 2012

Os Dez Mandamentos da Redenção Relacional

 1. Chora-A

 2. Sustenta com amargos de boca o teu fundamento a Ela

 3. Por força, retém na memória:
      a) o remorso é a comida dos fracos
      b) a preguiça é a companhia dos fracos
      c) o suicídio é o caminho dos fracos

 4. Ela existe para deixar de existir; saboreia-A, fecha-A, contém-Na

 5. Evita falar Dela a não ser com Ela

 6. Mantém-te perto, vê de fora, sente de longe, descobre o Tempo

 7. O Tempo virá, e então terás algo sobre o que falar

 8. Fala, exprime-te e suplicia

 9. Reenche o copo

10. Olvida estes Mandamentos

sexta-feira, julho 20, 2012

Húmus

Da semente da atracção nasce a árvore da paixão, de cujo fruto é o amor, e que como tudo no pomar da vida acaba por apodrecer e morrer.

Roderico, último da sua linhagem de influência

Nunca pensei ser possível. Nunca imaginei que tal dia ou conjuntura se proporcionassem. Nem mesmo no meu mais obscuro pesadelo sonhei com esta vicissitude.

Mas a verdade é que aqui estou. Suo e arfo e não quero acreditar no que me rodeia. Milhares de almas desgarradas e despreparadas, separadas em dois lados prontos para se matarem apenas para mostrar qual o ódio mais forte. Sente-se o cheiro a morticínio. Tenho dificuldade em respirar por entre o pânico de permeio no ar denso e bafiento e quase palpável. Rufam os tambores de guerra. Sinto-os pulsar, embora não os escute. A urdidura prepara-se. O nublar torvo clausura a fobia. O tempo perde o sentido.

E então acontece. Entre assombro e sentimentos de opressão turvos, tudo me parece estar a acontecer demasiado depressa. As duas muralhas humanas colidem com uma força atroadora. O entrechocar das armas e dos escudos e das armaduras e da carne faz-me recuar, mas apenas na minha mente. Estou paralisado. Colado ao chão, enquanto gritos de raiva e de dor que só agora ouço me enchem a cabeça numa voragem que não me deixa pensar. Estou a enlouquecer. À minha volta a confusão e o horror são demasiados, enquanto ferro penetra em carne e indivíduos são estraçalhados, causando sofrimento em volume tal que para onde quer que se olhe e atente paira a sombra da Morte. Tenho medo. Pavor. Estou em pânico. Não quero morrer. Perdido insanamente neste ciclo, nem dou conta do cerco que sobre mim se aperta. Mal me apercebo sequer da clava que voa na minha direcção, empunhada por braço humano e impulsionada por rancor sem razão. O meu instinto de sobrevivência é mais forte do que eu e, sem saber como, enrista-me o braço e bloqueia o golpe. Ouço a minha voz num grito de angústia, enquanto a minha espada me voa da mão e o meu braço se parte sem que dê conta, a não ser quando estou a cair. As lágrimas toldam-me a vista, enquanto o céu desfila à minha frente. Não quero morrer. A dor emerge do meu cérebro e eu grito como nunca antes gritei. Deus, eu não quero morrer. Não quero morrer, mas vou morrer, pois a lâmina da minha própria espada é crivada na minha goela, pregando-me ao solo, enquanto a clava fatal trespassa os limites da demência e estropia a minha face, cortando o meu último suspiro e não me deixando sequer morrer afogado no meu próprio sangue. A visão. A minha visão. A minha última visão. Deus, não. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

quinta-feira, julho 19, 2012

Laricas

O Fernando Mendes chegou a alinhar ontem pela equipa do Figo no jogo de beneficência contra o Benfica.

Não vi o jogo, mas aposto que ele comeu a relva.

Anti-dilúvios

Toda a gente devia acordar pelo menos uma vez na vida ao som de Animal Collective.

quarta-feira, julho 18, 2012

Contingências

Acabei de receber um email a reportar que o último processo de intercâmbio que desenvolvi não está a fazer chegar os ficheiros ao destino.

Se calhar, é porque não acredito nisso.

Bragas

Gostava que a minha braguilha fosse a boca da Joana Seixas.

terça-feira, julho 17, 2012

Ábssdê

A mulher que me atropelou há três anos claramente nunca jogou ao jogo do Stop.

segunda-feira, julho 16, 2012

Alicerces

É uma pena não haver pacotes de fermento para levedar a auto-estima.

Descompensações

A última vez que dei tempo ao tempo fiquei com jet lag.

Cortes

Passos Coelho está aqui, está a meter uma placa no jardim interior da Assembleia da República a dizer "Não pisar o Relvas".

sexta-feira, julho 13, 2012

A sonolência e a dormência

Hoje entrei ao serviço antes das nove da manhã. Foi como ter viajado para o passado.

quinta-feira, julho 12, 2012

Preias

Tenho cá para mim que a Lua anda a confundir as marés com as entradas de urgência no hospital do Eusébio.

Patriotismos

Isto hoje em dia os únicos canhões contra os quais um gajo marcha são os das portas. E só se se estiver mesmo muito bêbado.

Equivalências

Espero que as piadas sobre a licenciatura do Miguel Relvas não sejam feitas durante tanto tempo como o que ele levou a concluí-la.

quarta-feira, julho 11, 2012

Umbelíferas

Depois de uma boa e farta refeição e do café, vem a altura do digestivo.

A do meu avô já dura há trinta e sete anos.

sexta-feira, julho 06, 2012

A paciência e a ausência

Não preciso de ir a bares para ter um consumo mínimo.

Anarcotinas

Inflamares-me a raiva e a dor é meio caminho andado para pegar fogo a esse teu novo mundo.

quinta-feira, julho 05, 2012

Arraigadas

Tudo o que o Miguel Sousa Tavares diz devia terminar com um ponto final e um cancro na boca.

quarta-feira, julho 04, 2012

Paye ta schneck

Got myself a parisienne girlfriend.

More than the french kissing, what I'm really looking forward is for the french cumming in the mouth.

Problemas de identidade

Descobri que sou transemocional: uma pessoa deprimida presa no corpo de uma pessoa feliz.

A fenilalanina hidroxilase e a oligofrenia difenilpiruvínica

Fico com a sensação que o teste do pezinho que me fizeram foi uma cena feita a pontapé.

terça-feira, julho 03, 2012

Slaugh-ghairn

Nespresso: "What else?"

Nicola: "How about real coffee?"

GPS slogorn

"A TomTom to CruiseCruise".

segunda-feira, julho 02, 2012

Monoterapias

O tratamento da epilepsia devia passar sempre por uma correcta prescrição dos fármacos e por vários tiros na cara do alfaiate e do oculista do Goucha.

O afogamento simulado e a imolação pelo fogo-fátuo

Já alguém dava um toque no ombro da Amnistia Internacional e apontava para o José Castelo Branco.

A geografia humana e o recreio de Marx

O IKEA devia ter uma ala inteira dedicada apenas a estantes para os licenciados em Turismo colocarem o curso.

Madrid ----------> Eu.