Introspecções
Naikan é um método de auto-reflexão e crescimento pessoal, estruturado oficialmente há quase uma centena de anos, focado nas relações humanas, uma pessoa de cada vez, e que se define em três simples perguntas:
1) O que é que essa pessoa fez por mim?
2) O que é que eu dei a essa pessoa?
3) Onde é que eu falhei a essa pessoa?
Dentro do processo, está o destaque atribuído à nossa gratidão, à nossa satisfação pessoal e às nossas falhas.
De fora, ficam... as falhas dos outros.
Porque as falhas dos outros... são as falhas dos outros.
Tendemos naturalmente a condensar-nos mais nesta quarta pergunta. Na pergunta que não pertence a este sistema. Na pergunta que, também naturalmente, nos encaminha para a mágoa e a angústia.
Descobri que pratico uma coisa que nem sequer sabia que existia no universo das coisas definidas.
Que pratico Naikan cada vez mais. Desde sempre, e cada vez mais.
Quase sempre a ignorar as conclusões, e a continuar a falhar, mas cada vez mais.
E acredito que isto, aos poucos, e ao longo do tempo, e em comunhão com todo um outro conjunto de coisas definidas que desconheço, me moldou, e me tornou melhor pessoa.
Não acho: sei. Que sou melhor pessoa agora do que era quando tinha vinte. Trinta anos.
Dito isto, eu continuo longe. Muito longe. Demasiado longe, ainda, da pessoa que desde a minha fantasia juvenescente desejo ser.
Talvez nunca lá chegue. Aliás, acredito piamente que nunca lá chegarei.
Afinal de contas, a vida é um jogo de apanhada onde todos os objectivos que julgamos fulcrais correm sempre mais do que nós.
Mas... essa não é a parte importante do jogo, correcto?
Acho que, algures, existe um método que desconheço que diz que sim.


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