Barbilhões
Acredito na Lei Universal do Equilíbrio e da Simetria, pelo que me pergunto se, algures neste Universo, existe um peixe-gato que se olha todos os dias ao espelho e me vê a mim.
Chouriço is a spicy portuguese smoked sausage, made with pork meat, pork fat, wine, paprika and salt, stuffed into tripe (natural or artificial) and slowly dried over smoke. It can be served as part of a meal or used as a dildo.
Acredito na Lei Universal do Equilíbrio e da Simetria, pelo que me pergunto se, algures neste Universo, existe um peixe-gato que se olha todos os dias ao espelho e me vê a mim.
Os meus óculos novos dão-me um ar tão intelectual que já não consigo pedir um café sem parecer que estou a fazer uma crítica literária.
Os Tool possuem a admirável capacidade de fazer em dez minutos o que o resto da plebe filarmónica faz em quatro.
Hoje de madrugada sonhei que era assim uma espécie de Tarzan, só que em vez de ser o rei da selva, era o rei ali da ria de Tavira, e em vez do meu majestático grito invocar elefantes e hipopótamos e rinocerontes e todos esses bichos que pesam à volta de Simara, Simara e meia, ao invés disso invocava mexilhão e outro marisco de arrasto.
Comigo, o Holocausto seria bem diferente.
Não percebo porque é que as pessoas ficam horrorizadas sempre que lhes apresento o cadáver do meu pai.
É impressão minha ou parece que os putos de hoje em dia se esqueceram todos de onde é que fica a cintura?
É impressão minha ou parece que os putos de hoje em dia levaram todos uma chapada de um tornado?
Sinto pela minha pêra o mesmo que sinto pela puta da minha vizinha de baixo: não sei se a deixo estar, se a desfaço.
Sou uma pessoa tão depressiva que até o próprio Neil Diamond está a pensar em fazer uma cover das minhas lamúrias.
A diferença entre o Louvre e a minha primeira ex-namorada é mesmo o número de quadros, uma vez que o número de pessoas que já lá foram, esse, deve ser aproximadamente o mesmo.
A semelhança entre a Simara e a Segunda Circular em hora de ponta é ambas terem aproximadamente o mesmo número de pneus.
A semelhança entre mim e a homossexualidade do Ricky Martin é que tanto eu como ela sempre fomos muito mauzinhos a jogar às escondidas.
Sei que a Simara está algures em Lisboa quando vejo que algo está a afectar as marés no meu copo de vinho.
Espero bem que esta fumarada que está a vir lá da Islândia seja do facto de alguém andar a queimar os Sigur Rós.
Aparei a barba e deixei apenas a pêra.
Acredito que o perímetro da Simara seja a coisinha que temos mais perto de um número imaginário.
A Simara e o Fernando Mendes. Num mesmo plano existencial.
Tenho tão mau aspecto que, na praia, quando estou a sair da água depois de ir a banhos, há sempre pelo menos uma dezena de pessoas a ligar para as associações de animais arrojados para informar que eu dei à costa.
Nunca sei o que responder ao paraplégico aqui do trabalho quando ele se queixa de que as nossas aplicações lhe estão a dizer que ele é um utilizador inválido.
Causa e consequência: eu adquiro um jipe equipado com mata-vacas, as minhas ex-namoradas começam a surgir misteriosa e estropiadamente atropeladas.
Se fosse eu a mandar, despromovia o "cuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiirrrjjjjjjjjjjj" e promovia esta cena a ruído universal que as máquinas de café fazem quando estão a moer os grãos.
Se tivesse de descrever o que o Michael Bublé desperta em mim, essa descrição teria forçosamente de ter as palavras "pioneses", "uretra", "petróleo" e "auto-imolação".
Há pessoas que conseguem dizer tudo sem, no entanto, dizerem nada.
Se continuar a emagrecer como estou a emagrecer, qualquer dia não é só aquilo que eu digo que será de teor figurativo.
Há coisas que têm um estigma que grita, todo ele, ética e profissionalismo.
A quantidade de vezes que eu me meneio todo nu em frente à minha janela da cozinha é directamente proporcional ao número de vizinhos que misteriosamente deixam de me dirigir a palavra e de comigo estabelecer contacto visual.
Há aqui uma tipa que é tão sopinha de massa que dá-me vontade de lhe molhar pão na boca sempre que está a falar comigo.
Se eu fosse como aquelas pessoas que dizem exactamente aquilo que pensam, então eu há bocado teria pedido um café não com quatro meras palavras, mas sim com um "Era um que par de tetas café, és boa todos os dias mandava-te uma que até andavas de lado Sandra".
Estou tão emocionalmente danificado que acho que o meu coração este ano não passa na inspecção.
Andar a deixar crescer a barba está a dar-me muito mais ar de homem.
Já não me lembro da minha última emissão nocturna.
Jamais conseguiria juntar-me aos Alcoólicos Anónimos.
Não gosto de violência doméstica, razão pela qual vou às trombas à minha namorada na rua.
Estou tão fraquinho que, se andasse agora à pancada, a única cena que ia ferir seriam susceptibilidades.
Aposto que Deus só inventou o futuro para que nós, meros mortais, pudéssemos ter acesso a uma pequena coisinha chamada pre-order.
O meu maior problema em ir ao Festival de Cinema Gay e Lésbico é encontrar uma camisa e um par de calças que combinem com o meu preconceito.
Acho que a parte mais chata de ir visitar o meu pai é ser olhado de lado no autocarro.
Só costumo ter esqueletos no armário quando a minha mãe vai lá a casa e não quero que ela se cruze com o meu pai.
A avaliar pelo estardalhaço de contador Geiger que a minha gata faz, as minhas festas e as minhas carícias devem ser radioactivas.
Sou como um puzzle de mil peças que, sem ti, continuaria a ser um puzzle de mil peças.
Sinto-me um bocado como aquela fruta no supermercado que toda a gente apalpa mas ninguém come.
Sou tão crítico para com aquilo que escrevo que antes de colocar o último ponto final já estou a abanar a cabeça de desilusão.
O meu pai nunca foi magrinho, mas é daqueles gajos que, se eu assopro, ele desmancha-se todo.
Sempre que tenho o meu pai lá em casa as outras visitas nunca o reconhecem.
O meu pai vai dormir lá a casa este fim-de-semana.
Estou a deixar crescer a barba.
Ganhei esta cena na minha categoria, o que quer dizer que sou quase famoso.
O nosso namoro é tão tímido que até há bem pouco tempo ainda namorávamos com frases porcas escritas e metidas em envelopes por debaixo da porta.
O meu sonho é vir a ter um humor tão refinado que só os meus leitores de cachimbo se riam do que eu escrevo.
Só vou verdadeiramente acreditar na evolução tecnológica quando vir um espectáculo wireless com marionetas.
A minha namorada diz que eu estou constantemente a descair-me.
Se cometo sempre os mesmos erros, é apenas porque tenho preguiça de experimentar erros novos.
Já não vejo alguns amigos de infância há quase tanto tempo quanto o que não vejo a minha faceta abstémia.
A Cate Blanchett é uma daquelas gajas que, sempre que saísse para ir às compras, devia voltar a casa com sacos do Jumbo a abarrotar de Óscares, Golden Globes e BAFTAs.
Se eu tivesse uma máquina do tempo, acho que a primeira cena que eu faria seria viajar até 1982 e violar a Shelley Long no beco atrás do Cheers.
Telefonou-me um cliente, e o discurso dele era algo como "B a ta rde, preci sa a de umaju di aqui se fa shfa vor" e eu estive quase para lhe dizer para ele ir para o pé de uma janela, porque não estava a ouvi-lo bem, mas não o fiz. E ainda bem, porque pouco depois descobri que o problema dele não era falta de rede, era gaguês.