Poesia de acordar com as galinhas
Acordo sobressaltado num mar de lençóis
Ah despertador, que tanto me móis
Me móis, me maças, me irritas, me traças
Mas não me diminuis o alto nas calças
Cedo atalho-te da mesinha onde moras
F#&a-se, car#&%o, que só dormi cinco horas
Sei que devia despertar com pensamento morno
Mas porra, doem-me os olhos com a falta de sono
E é com pernas titubeantes
E nariz ranhoso
E olheiras protuberantes
E olhar rameloso
E a meia haste d'antes
E suor pegajoso
E gases sobrantes
E hálito malcheiroso
Que eu me arrasto da cama
Da p#ta da cama
Para a indolência do primeiro mijar do dia
E voltar para o mar de lençóis...
Que bem que isso saberia!