Sonhos acordados, sonhos despedaçados

"Ricardo," segredou-me ele ao ouvido entre lascivas mordiscadelas no lóbulo.
"Diga, chefe," respondi eu, enquanto lhe calcorreava cada milímetro do peito desnudado e depilado com uma pena.
"Já tens pronta a especificação que te pedi?," pediu ele, enquanto cinquenta por cento do total das suas mãos desaparecia pela minha braguilha adentro.
"Eu... j-já," dissipei eu em prazer vocal ao sentir, pela primeira vez, a suavidade íntima do seu toque.
"Adequaste-a ao abrigo do plano de projecto?," indagou-me ele entre pequenos mas demorados beijos no pescoço.
"Adequei sim. Vou agora iniciar os desenvolvimentos," correspondi eu enquanto a sua face jazia na palma da minha mão direita e as pontas dos nosso narizes se tocavam em ardente paixão.
"Óptimo, óptimo. Ah, e Ricardo," languesceu ele já a fechar os olhos e a preparar os lábios para o inevitável.
"Diga, chefe," melei eu imediatamente antes de colar o meu suor e os meus lábios aos dele.
"Para a próxima, podes não falar comigo e ouvir música ao mesmo tempo?," confessou ele por entre os meus lábios e sentindo-me a pulsar na sua mão.
"Ah, peço desculpa, chefe," acanhei eu em vergonha enquanto tirava isto...



... dos ouvidos. "Não voltará a acontecer."
"Esperemos que não," respondeu ele, enquanto devolvia a sua atenção de volta ao monitor do computador e me deixava de novo sozinho com a fria e dura realidade.