Estranhezas infantis: Crónica I
O rapaz olhou o fundo do poço e, renitentemente, reconheceu: empurrar para lá a mãe não foi a melhor das ideias que teve hoje.
Quem lho diz é o choupo à sua esquerda.
A sua avó sempre lhe afiançou que confiasse em árvores da mesma família do salgueiro.
"Podes fiar-te na opinião das salicáceas," narrava ela, "são vegetais de bons juízos."
O rapaz arrepiou caminho quando o choupo estendeu um dos ramos pelos seus ombros, como que numa estirada paternal.
Desconfiado e sem fitar directamente a árvore apadrinhadora, o miúdo ouviu as suas complacentes palavras, as suas explicações meigamente condenatórias, e as suas opções para um melhor rumo de decisão.
E não gostou.
É de uma extrema presunção esta verdura julgar que o pode criticar e saber o que é melhor para ele.
Planta alguma lhe ditará a orientação das suas acções.
Muito menos um choupo.
Salicáceas... pfff.
A velha carcaça está enganada.
"Mal posso esperar por trazê-la cá amanhã e empurrá-la para o fundo deste mesmo pego," pensou o rapaz...
2 Comentários:
amo o grassa! amo, amo, (m)amo, amo!
É bom saber, caro anónimo, que m'ama...
Só gostaria de saber o seu nome para lhe poder agradecer com a devida pompa e circunstância / sexo.
Fico logo com um largo sorriso na cara / massivo alto nas calças quando sei que alguém me ama / engole...
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