O último bastião de uma imaginação irreflectida
Ainda hei-de, um dia, estar duas semanas sem dizer nada a ninguém e depois, naqueles segundos que antecederão a minha chegada, mancheias de miúdas e mulheres amiudarão de ouvido em ouvido, como que desbravando um mito, "É ele! É ele! Ele vem lá!".
E eu entrarei porta adentro de um qualquer edifício avulso, ao som disto...
... com o vento a ondular-me a fronte do cabelo e com o sol, qual acólito da minha lenda, a cegar a multidão em desassossego apenas o suficiente para eles se sentirem arroubados pela minha imponência, mas nunca para não repararem no meu imperturbável olhar fixo no infinito e no meu sorriso pleno de confiança no futuro.
E direi "Cheguei", e a turba, emudecida pela minha palavra de lei única, rejubilará em êxtase, primeiro no clamor da voz isolada de uma emancipada jovem das primeiras filas, depois nos milhares de vozes em contemplação à chama da esperança que eu, incontornavelmente, conduzi às suas vidas.
3 Comentários:
Acabei de perceber que a música que estou a ouvir influencia em muito o que escrevo.
Descreveste o que me acontece quando chego ao emprego. Costumo chegar atrasado.
Épico, chavalo!
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