Traição: uma questão de direitos, deveres e bolachas Maria
Ontem à noite fiquei admirado com a minha capacidade de atafulhar bolachas Maria na minha boca.
Consegui chegar às oito, o que penso ser um novo recorde nacional.
Também ontem à noite, num dos episódios de uma série a que assisto assiduamente, Dr. House, este envolveu-se amorosamente com uma mulher casada chamada Stacy.
Uma frase dita por esta última ficou-me a remoer cá dentro.
Após House ter afirmado que ela deveria contar o sucedido ao marido, Stacy alegou:
"Se eu nunca lho contar, nunca lhe vai doer."
Bom, por 1+1, eu fui tirando as seguintes conclusões no que à traição remete:
Uma pessoa tem o direito de saber a verdade.
Uma pessoa tem o dever de assumir as responsabilidades dos seus actos.
Uma pessoa que não assuma as responsabilidades dos seus actos não tem direito a qualquer respeito.
Uma pessoa que não assuma as responsabilidades dos seus actos não pode exigir a outros o dever de a respeitarem.
Logo, eu não respeito quem trai e não o assume.
Penso que mascarar uma traição com uma simulação de um acto nobre é viver uma farsa, e não é o acto mais digno.
"Não lhe vou contar porque não o(a) quero magoar."
Tarde demais. O mal está feito. Já magoaste. E se não contares é por uma razão puramente egoísta.
Enfim, esta é uma questão que mexe comigo, à qual eu sou parcial e a qual já me roubou umas boas e largas horas de paz de alma.
E, no fundo, mas bem lá no fundo, não me surpreende nada que, na maior parte dos casos, suceda a mentira após a traição.
Pois se uma pessoa é capaz de trair, o que raios a levaria a passar sem mentir sobre o assunto?
7 Comentários:
Como é es capaz de enfiar 8 bolachas Maria pela boca abaixo ? seria um prazer encontrar o teu nome pelo livro do guiness
Caro comentador, devo informar que o que eu mencionei foi que "atafulhei 8 bolachas Maria na minha boca", não necessariamente tendo-as comido.
O que sucedeu foi que eu as pus na boca, sim, mas duas engoli, três cairam-me no colo em migalhas, uma saltou para a mesa, outra o meu cão roubou-ma de um dos cantos da boca e a última cuspi-a em migalhas quando o meu cão atentou a proeza mencionada.
Tomado o esclarecimento, resta-me agradecer-lhe por contribuir para este blog e por não ouvir Delfins.
Obrigado.
looooooooooooooooooooooooooooool
Em relação à traição, só tenho a acrescentar que aí entra mais uma vez uma defesa do exacerbado ego com justificações pseudonobres: a frase "Não vou contar-lhe porque não o quero magoar" é uma defesa do ego uma vez que a verdade é "Não vou contar porque sou um cobarde do caralho". Neste aspecto, Sigmund Freud tinha muita razão.
No entanto, talvez sejamos demasiado moralistas, já pensaste nisso? De vez em quando eu penso...
Um grande abraço
Era só para dizer que o meu record pessoal se cifra nas 10 bolachas Maria. Molhadas em leitinho morno.
Também sabes viajar para o passado, estou a ver...
Ah pois é, bébé...!
Estranho, o tão adequada que esta bojarda me saíu...
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