Fundamento metafísico da impropriedade social número 2: O escrever nos transportes públicos
Não é só o acto de lavar os dentes em público que desencadeia reacções de natureza
Como diligente utilizador do serviço de transportação pública de Lisboa que sou, tenho para mim duas formas de neste matar o tempo.
Ou leio... ou escrevo.
Ler parece ser socialmente aceite.
Toda a gente lê nos transportes públicos.
Ler é o fumar de pés em cima da cadeira à nossa frente na esplanada dos transportes públicos.
É a cena cool a fazer.
Já o escrever parece que é o irmão bastardo do ler.
Escrever é o espirrar em cima da sopa de nabiças que estávamos para começar a comer dos transportes públicos.
E pessoas há que, de esgar surpreso e indagado, tentam ver o que é que eu espirrei para cima da minha sopa de nabiças.
E alturas houve em que dei por mim, só por gozo adveniente da consternação alheia, a espirrar o seguinte:
"Lista de coisas a fazer:
- comprar ovos
- comprar leite
- ligar ao Tó Zé
- meter o corpo da Carla na arca frigorífica
- mudar os lençóis da cama
- limpar as paredes
- atirar o cutelo ao Tejo
- escrever carta de suicídio"
- comprar ovos
- comprar leite
- ligar ao Tó Zé
- meter o corpo da Carla na arca frigorífica
- mudar os lençóis da cama
- limpar as paredes
- atirar o cutelo ao Tejo
- escrever carta de suicídio"
4 Comentários:
reacção das pessoas em redor:
afastaram-se 5 metros.
Dentro de um metro, cinco metros é complicado.
E deixo as complicações abstractas do que acabei de dizer para tu resolveres.
demorei 3 dias a perceber porque é que nos bilhetes do metro em Lisboa estava "um metro".
mas sim.. é possível. mais ou menos possível.
Muito bom.
- Se há coisa que odeio é tentarem ler o que estou a escrever. Isso e lerem o memso jornal que eu seguro.
Se querem ler, ajudem pelo menos a segurar numa ponta, que a infomação pesa...
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