Chouriço

Chouriço is a spicy portuguese smoked sausage, made with pork meat, pork fat, wine, paprika and salt, stuffed into tripe (natural or artificial) and slowly dried over smoke. It can be served as part of a meal or used as a dildo.

terça-feira, agosto 14, 2012

Esboço literário de uma manhã

(texto oriundo de 08/02/2004, repescado directamente do fundo do baú)

Acordo. E existo de novo. E penso. E reflicto. E não será reflectir aquilo que sempre faço e fiz? E não será a reflexão aquilo que faz de mim o que sinto e sou?
Sinceramente, não sei, e também não vai dar para saber. Ficará uma questão sem resposta, pois a vontade de cagar e mijar está aí, e não há tempo para mais nada.
Percorro aqueles mesmos mosaicos de ontem e de sempre numa ânsia desgarrada de alcançar o meu pequeno e privado trono de porcelana, onde exorcitarei todos os males e pecados que cometi ontem ao jantar e à ceia. Oh refrigério! Oh aprazer! Que maravilhosa sensação esta provocada pela descarga das debuxantes poias de merda que assolavam o meu eu interior.
E eis que me sinto ainda melhor. Activo o autoclismo e desfaço-me do que era e já não foi. E, com isso, velha sensação de novo me acerca. Quem sou eu? O que faço aqui? Echorb mu emzaf?
Bem, acho que vou bater uma ou duas punhetas e cagar (segunda vez) no assunto.
E todas as minhas forças, todas as minhas convicções, todos os meus anseios, todos os meus desejos e até a minha mão esquerda se unem para alimentar e levar a bom cabo aquele movimento único e espontâneo de cima-baixo que vai fazendo crescer a minha contraparte. E pequenos fogos de artifício tornam-se em rebentações de noite de lua cheia à medida que o clímax cataclísmico se aproxima. E o momento, por fim, sucede: ejaculo com tal força que quase rebento as veias da minha imponente e deleitosa vergasta, dando-me prazer em quantidade tal que, comparado, só mesmo às litradas de esperma pelo ensejo provocadas.
O meu eu está satisfeito, o meu tu não existe e, foda-se, tenho fome!
Acho que vou comer, tenho de ir comer, preciso de ir comer!
O meu destino regozija-se ao me ver percorrer o caminho por ele traçado, caminho esse marcado pelo corredor e cozinha, mas não sem antes agarrar e comigo levar o último compact disk desses deuses gregos da sonoridade melódica a que até o mais comum dos mortais denomina de música.
E enquanto a banda de Jonathan Davis vai descarregando tensões no tempo e a minha essência se vai enchendo e delineando ao seu compasso, o monumental peido que dou enche cavernosamente o espaço à minha volta e provoca em mim tamanha gargalhada de boca cheia que, por brevíssimos instantes, esqueço a violência da batida incessante.

E assim se vai passando uma manhã.
E assim se vai processando a entrada numa tarde.
E assim se ensaia o planear de uma noite.

E assim se mostra o quanto eu sou monga.
Bem, acho que está na hora daquela segunda punheta...

5 Comentários:

At quarta-feira, agosto 15, 2012 11:35:00 da manhã, Blogger Isa de acordo com a profecia disse...

Ora cá está, quanto a mim, um bom exemplo da diferença entre um escritor, e um gajo que gosta de escrever. Enquanto o 1º se diz, o 2º diz para um público. Vende mais, claro. E vende-se, por consequência.

Pode ser que morras pobre pá. E pouco conhecido, se comparado com eles (que ser-se um monstro tem lá o seu preço), mas feliz de quem puder um dia dizer, eu li o Grassa.


 
At quinta-feira, agosto 16, 2012 2:52:00 da tarde, Blogger Grafonola de acordo com a profecia disse...

Eu cá ia a dizer, porra que o gajo escreve ca sa farta (de bem). Mas alguém se adiantou e em melhor. :D

 
At quinta-feira, agosto 16, 2012 2:53:00 da tarde, Blogger Grafonola de acordo com a profecia disse...

Ps - uma dúvida: mongA?

 
At quinta-feira, agosto 16, 2012 3:17:00 da tarde, Blogger grassa de acordo com a profecia disse...

mongA é uma redundância, Ana.

 
At quinta-feira, agosto 16, 2012 5:46:00 da tarde, Blogger Grafonola de acordo com a profecia disse...

E manga?

 

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